O primeiro título da nova colecção de poesia da Porto Editora, "Autópsia (poesia reunida)", de José Rui Teixeira (2019), reúne poemas posteriores a 2003/2004 deste novo poeta de grande qualidade, o que aqui devo assinalar e é comentado em prefácio de Miriam Reyes e dois posfácios de Ana Paixão e José Pedro Angélico.
Em diálogo ocasional com Rui Nunes e Herberto Helder e em proximidade da morte, destaco:
"Mexemos excessivamente nos mortos.
Descarnamos seus ossos como se nos ardessem
as extremidades dos dedos e ladrilhos dourados
nos pesassem sobre as reentrâncias das mãos."
(de "Ataúde", 2007-2008,, pág. 81)
A melhor poesia reconhece-se e faz-nos sempre muito bem. A apresentação por ordem inversa da cronologia é bem vista e ajuda.
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