quinta-feira, 27 de junho de 2019

Actriz francesa

    Edith Scob (1937-2019) foi uma actriz francesa de rosto e figura singulares, que se distinguiu desde os seus inícios no cinema com cinco Georges Franju nos anos 50/60 e teve depois uma carreira longa em que me compete destacar "A Via Láctea"/"La voie lactée" de Luis Buñuel (1969), "Casa de Lava", de Pedro Costa (1994), "Tempos de Verão"/"L'heure d'été" de Olivier Assayas (2008), cinco filmes de Raul Ruiz e "Holly Motors", de Leos Carax (2012).
                     Le cinéma français pleure la disparition d’Edith Scob: grand second rôle, elle est décédée à l’âge de 81 ans
    Beleza atraente e estranha, foi uma grande actriz de quem vou sentir muito a falta, pois era uma figura emblemática do cinema contemporâneo, à qual o cinema francês muito ficou a dever.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Génio

   "Os Olhos de Orson Welles"/"The Eyes of Orson Welles" do historiador inglês do cinema Mark Cousins (2018) é um bom filme biográfico que percorre a vida e a actividade do genial cineasta americano a partir de imagens e sons de arquivo, que a voz do realizador e argumentista anima ao comentar.
   Dividido em capítulos, chama em especial a atenção para os desenhos de Welles, actividade menos conhecida e muito reveladora apesar de tudo aquilo que o autor destruiu. Na sua vida privada são focados os aspectos mais importantes, nomeadamente das influências materna e paterna, das viagens que fez e de amores e casamentos, também de posições políticas.                 
                       
   Da obra é dado o devido destaque ao que fez para rádio, teatro e televisão, fora dos lugares comuns, com sons e imagens de arquivo de que destaco o seu "King Lear" live para a televisão nos anos 50, e da obra para cinema é devidamente realçado cada filme, cena a cena, no conjunto de uma obra muito importante, com o devido enquadramento teatral, artístico, pictórico, também cinematográfico, para os filmes shakespearianos e o filme kafkiano em especial.
    É possível fazer a história do cinema em termos não literários mas cinematográficos, como Mark Cousins já tinha feito em "A História do Cinema: Uma Odisseia"/The Story of Film: An Odyssey " (2011) e aqui exuberaqntemente confirma. 
   Deste filme sobre um génio trabalhado, mal amado e hoje em dia mal conhecido, decorre que a história do cinema pode ser leve, clara e divertida, como os tempos de hoje exigem, não algo de compacto e maçador.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Isto ainda vai acabar mal

   "Os Mortos Não Morrem"/"The Dead Don't Die" de Jim Jarmusch (2019) é mais um grande filme do nome maior do cinema independente americano. Seguindo na esteira de "Só os Amantes Sobrevivem"/Only Lovers Left Alive" (2013), dele recupera a temática, agora com zombies, e a actriz principal, Tilda Swinton.
   Em Centerville, "um belo lugar" na América, em consequência de alterações climáticas que levaram a que a Terra saísse do seu eixo, começam a acontecer coisas estranhas: o sol põe-se a desoras, aparecem animais mortos ou fora do seu sítio e sobretudo os mortos do cemitério voltam à vida.
   Os polícias encarregados do caso, o Chefe Cliff Robertson/Bill Murray (de "Broken Flowers - Flores Partidas"/"Broken Flowers", 2005), o agente Ronnie Peterson/Adam Driver (de "Paterson", 2016) e a agente Mindy Morrison/Chloé Sevigny, os únicos da pequena localidade, fazem o que podem com os conhecimentos que adquirem no próprio local, nomeadamente no restaurante e na loja de bugigangas locais, enquanto a dona da agência funerária local, Zelda Winston/Tilda Swinton, tenta fazer pela vida. 
   Há ainda o eremita Bob/Tom Waits, que encontra um livro, "Moby Dick" de Herman Melville, debaixo de folhas e de terra, três jovens turistas e duas crianças numa população que morre mas não morre. A receita para acabar com os mortos-vivos é cortar-lhes a cabeça, no que Zelda com a sua espada é perita. 
                       Dead Don't Die
    Para além das referências cinematográficas, que partem de "Nosferatu, O Vampiro"/"Nosferatu, eine Symphonie des Grauens", de F. W, Murnau (1922), as alusões políticas vão mais longe que nos filmes de George A. Romero, também citado, numa organização fílmica que se move muito bem entre o diegético e o extra-diegético, especialmente na música e com os dois protagonistas, actores que leram coisas diferentes do argumento.
   "Os Mortos não Morrem", no original o título de uma canção de Sturgill Simpson, é mais uma peça inteligente e muito boa na obra de um dos mais importantes cineastas americanos da actualidade, 
    Com argumento do realizador, fotografia Frederick Elmes e montagem de Affonso Gonçalves, este filme não é uma crítica superficial mas profunda da América contemporânea. A crítica será a arte de amar sobretudo quando está em causa um filme que pratica a crítica como arte de amar, radicalmente crítico como este é. Oiçam bem a voice over final e escutem bem a música durante o genérico de fim, depois de Zelda ter regressado às origens e tudo estar consumado.
    Claro que se pode reconhecer pessimismo nos sinais que anunciam o fim do mundo, mas pelos vistos não andamos muito longe disso se não formos todos a tempo de reverter situações climáticas que parece ainda não serem irreversíveis. Como filme de zombies este último de Jim Jarmusch arranca gargalhadas da assistência, em que deve sobretudo provocar má consciência.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Animação portuguesa

    "Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias" é uma curta-metragem da portuguesa Regina Pessoa (2019), agora distinguida com o Prémio do Júri e o da banda sonora em curta-metragem no Festival de Annecy, em França.
    No melhor estilo da realizadora, responsável por "História Trágica com Final Feliz" (2006) e  "Kali, O Pequeno Vampiro" (2002), refere-se ao seu tio, que foi contabilista.       
                       Tio Tomas
   Com linhas dinâmicas, que ora são rectas ora se encurvam em espiral, e uma música muito boa, é um belíssimo e também sentido filme que utiliza o preto e branco e a cor..
   Com Regina Pessoa a animação portuguesa continua no seu melhor.

Voltar ao princípio

   "Foxtrot" é a segunda longa-metragem de ficção do israelita Samuel Maoz (2017), depois de "Líbano"/"Lebanon" (2009), como este um filme muito bom e chocante apesar da sua simplicidade narrativa, que não formal.
    Os primeiros 40 minuitos passam-se entre a chegada ao casal Feldman, Michael/Lior Ashkenazi e Daphna/Sarah Adler, da notícia da morte do seu filho, Jonathan/Yonaton Shiray, a cumprir o servição militar, e a chegada posterior do seu desmentido: quem tinha morrido era outro com o mesmo nome. Logo aí a posição superior da câmara, em plongé, e a sua mobilidade dão conta do esmagamento e da desorientação do pai.                
                       
    No segmento seguinte acompanhamos Jonathan na barreira que vigia no deserto, as conversas sobre a guerra e o passado dele com os seus camaradas, até tudo chegar a um acto precipitado de violência  No terceiro segmento, mais curto, o casal apresenta-se conformado com a morte do filho, que surge no epílogo.
    Com ironia e subtileza, o filme constrói o seu mistério e resolve-o, com a sugestão dos passos de dança. Mantendo a agilidade de câmara apropriada, que não impede que ela se detenha em planos longos, "Foxtrot" não abandona a ideia de fluidez da passagem do tempo e de desnorte que acompanha as suas personagens. E inclui mesmo uma notável cena de animação.
    Com argumento do cineasta, tem fotografia de Giora Bejach, música escassa e muito boa de Ophir Leibovitch e Amat Poznansky e montagem de Arik Lahav-Leibovich e Guy Nemesh. .

quarta-feira, 12 de junho de 2019

As contas da morte

  Mrinal Sen (1923-2018) foi um importante cineasta indiano do século XX, autor de uma obra extensa e pessoal que rivalizou com Satyajit Ray (1921-1992) e Ritwik Ghatak (1925-1976) no cinema no seu entendimento ocidental, distante do de Bollywood.
  Com uma obra marcante iniciada em 1955 e centrada em Bengala, combativa e portadora de traços narrativos e estéticos próprios, não trabalhava desde 2002.
                      Mrinal Sen's death marks the passing of a golden generation of Bengali filmmakers that also included Satyajit Ray and Ritwik Ghatak.
    Dominique Noguez (1942-2019) foi um escritor, crítico e historiador do cinema que dedicou especial atenção ao cinema experimental e ao cinema underground, que tirou do desconhecimento e da invisibilidade com estudos de referência.
    Seymour Cassel (1935-2019) foi um actor de cinema e televisão americano com uma carreira longa, que ficou famoso pela sua participação nos filmes do cineasta independente John Cassavetes (1929-1989), cujo grupo de actores permanentes integrou com distinção.
                      Minnie and Moskowitz 1971
   Ruben de Carvalho (1944-2019) foi um lutador anti-fascista, várias vezes preso pela PIDE. Jornalista e homem de cultura além de comunista, foi deputado à Assembleia da República e vereador da Cãmara Municipal de Lisboa, e organizou a Festa do Avante desde 1976, o que lhe mereceu um lugar destacado no Portugal democrático. 
   Era um homem simpático e afável, de verbo fácil e senhor das suas ideias, que amava o fado, sobre o qual escreveu, e deixou a melhor impressão pessoal e humana em todos aqueles que o conheceram.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Fantasmas

   "O Segredo da Cãmara Escura"/"Le secret de la chambre noire", do japonês Kiyoshi Kurosawa (2016), é mais um filme no género em que ele começou por se notabilizar e se tornou mais conhecido: o filme de fantasmas.
   O que quer que se pense do assunto, e eu sou céptico, tem de se reconhecer a mestria do cineasta, tanto narrativa como cinematograficamente.
    Na Europa, um fotógrafo de daguerreótipos na actualidade, Stéphane/Olivier Gourmet, usa como modelo a filha, Marie/Constance Rousseau, e tem um novo assistente, Jean/Tahar Rahim. Enquanto a mulher do fotógrafo, Denise/Valérie Sibilia, morta, continua a aparecer, Marie é aceite num novo emprego em Toulouse e, por pressão de Thomas/Mark Zidi, empreendedor imobiliário apresentado por Vincent/Mathieu Amalric, Jean tenta convecer o patrão a vender a casa que habita no subúrbio por alto preço.
                       O SEGREDO DA CÂMARA ESCURA
  Marie  morre em consequência de queda pelas escadas... mas continua viva com Jean até ao fim, em que finalmente se ausenta da igreja.
   Kiyoshi Kurosava tem um estilo de realização elegante e integra da melhor maneira os fantasmas junto de gente assombrada por diversos motivos - Jean chega a falsificar a assinatura de Stéphane para atingir os seus objectivos, como se para sublinhar a falsidade de tudo. E vamos indo que a remissão para o século XIX, com o daguerreótipo, permite mergulhar no mistério da imagem para que o título remete.
  Tem argumento do cineasta e Hiromi  Kurosawa, fotografia de Alexis Kavirchine, música de Grégoire Hetzel e montagem de Véronique Lange. Prefiro Kiyoshi Kurosawa fora deste género, mas vê-se com interesse e sem fastio sobretudo se, como eu, não se acreditar em fantasmas. 

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O Norte

   Natural de Vila Meã, Amarante, Agustina Bessa-Luís (1922-2019) foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XX, ao nível de Teixeira de Pascoais, Raul Brandão, Aquilino Ribeiro ou José Saramago.
   Chamou a atenção especialmente com "A Sibila" (1954), um dos grandes romances do século, para a partir daí prosseguir uma obra muito importante centrada no Norte do país, que bem conhecia e a inspirou. Um tanto na senda de Camilo Castelo Branco, fez a crónica do século XX português nortenho com um sentido do mistério e do trágico, nomeadamente da tragédia familiar, e um grande conhecimento das classes sociais, da natureza humana e da história, de forma a atingir nos seus livros uma dimensão universal.
                       Agustina Bessa-Luís
    Aproveitada por Manoel de Oliveira, seu amigo e admirador, que a convidou para "Francisca" (1981) a partir de "Fanny Owen" e adaptou diversas vezes depois, em "Vale Abraão" (1993), "O Princípio da Incerteza" (2002) e "Espelho Mágico" (2005), acabou por ter uma fama extra-literária importante. 
    Mas distinguiu-se também na biografia, no teatro, na crónica, nas memórias e no ensaio. Afastada da vida pública desde 2006, permaneceu uma figura de referência, muito importante e influente das letras portuguesas. Na hora do seu passamento cumpre-me destacar a perda de uma grande senhora da cultura portuguesa e manifestar o meu respeito perante a sua memória.

SOPHIA

      Nome do saber em grego, Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi a poetisa portuguesa mais importante do século XX e um dos maiores nomes de toda a poesia portuguesa e europeia. Comemoram-se agora 100 anos do seu nascimento.
       Natural do Porto, aí conviveu com os grandes nomes da cultura e da literatura portuguesa do seu tempo, como Eugénio de Andrade e Agustina Bessa-Luís, num tempo em que Portugal vivia sob o jugo salazarista contra o qual alguns dos melhores, entre os quais ela, resistiram. 
       Limpída e inteira na sua poesia, que depois dos primeiros poemas de 1940 começou a publicar em 1944, nela se oferecia no que mais apreciava do mundo com uma sensibilidade apurada. Sem constrangimentos, que não suportava, no que escrevia nos revelava o mundo, que desdobrava para nós numa comunicação poética pessoal e afectuosa. De olhos secos.
                                        Wook.pt - O Nu na Antiguidade Clássica | Antologia de Poemas sobre a Grécia e Roma
       Comecei a lê-la cedo, quando era publicada pela Ática e pela Moraes Editora, e não deixei de a seguir através da sua arte poética e depois de O Cristo Cigano, do Livro Sexto e de Geografia, incluídas as suas "artes poéticas" O seu português filigranado acolhia uma sensibilidade terrestre e luminosa, mediterrânica e marínha, atenta a tudo como Reiner Maria Rilke, que me faz lembrar.
      Ainda hoje, diria que sobretudo hoje é fundamental conhecê-la, quanto mais não seja através das diversas publicações da sua "obra poética". Em prosa destaco os seus contos para crianças e o clássico "O Nu na Antiguidade Clássica"", agora reeditado com uma antologia de poemas seus sobre a Grécia e a Roma antigas. Aproveitem. Isto sem esquecer o seu teatro, os seus ensaios e as suas traduções - Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, de alguns poetas portugueses.
       O que ainda hoje mais me emociona e motiva, o que mais aprecio na poesia encontro-o inteiro e intacto, palavra a palavra, som a som na poesia dela. Por isso aqui a recordo como poetisa e como lutadora política.
                                 

"A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento

A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento

E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada"


   Muito do melhor que aprendi na vida foi com a poesia dela que o aprendi. A beleza e o que ela significa e esconde. Como abordar o mundo e estar na vida. Como viver cada dia como se fosse o último, como saborear o convívio com a morte. Como enfrentar a descoberta do que não sabemos.
   Que a passagem do centenário do seu nascimento, homenageando-a, desperte a curiosidade dos mais novos são os votos que aqui deixo espressos. Eu vou continuar a lê-la e a procurá-la nos poetas mais novos. Ela é muito boa para impedir o esmorecimento ou o adormecimento pois nos transmite, decantada, a vida sem nos dar a paz.
   (O que desconcerta quem não me conhece e me espera entre a boquilha da Natália e o cachimbo do David, bons poetas sem dúvida, é encontrar-me em poesia acima de tudo em Sena, Sophia, Herberto e no outro que era muitos - a seguir em Pessanha, Oliveira, Fiama e Belo, todos depois de Luís Vaz.)

domingo, 2 de junho de 2019

Dois irrmãos e o mais

    Em "Billy The Kid - A Lenda"/"The Kid", segunda longa-metragem do actor Vincent D'Onofrio como realizador (2019), dois irmãos, Rio Cutler/jake Schur e Sara Cutler/Leila George, acompanham os últimos dias do famoso bandido do século XIX americano, que se transformou em mito e tem inspirado múltiplos e desvairados filmes.
    Preso pelo inevitável Pat Garrett/Ethan Hawk, o Kid/Dane De Hann vai tentar evadir-se até o conseguir, enquanto os dois irmãos são separados por iniciativa do seu odioso tio paterno, Grant Cutler/Chris Patt. Com Rio, que é o narrador, ferido, mesmo assim este vai tentar ajudar o Kid.
                      
     Com conversas filosóficas, cenas nocturnas muito bem resolvidas visualmente e alguns planos gerais de um cavaleiro que percorre a planície, "Billy The Kid - A Lenda" resolve muito bem a morte de Billy em dois planos, o do tiro e o do homem caído, para depois se dedicar à busca de Sara por Rio com a ajuda de Pat.
    O filme beneficia por não acabar com a morte do bandido, como geralmente acontece, e acompanhar depois dela a história dos dois irmãos. No duelo entre Pat Garrett e Grant Cutler tudo é também bem resolvido, depois de uma primeira intervenção de Sara, pelo novo e diferente kid, o narrador a que o título original se refere.
      A excelente fotografia é de Matthew J. Lloyd, a música composta e tocada por Lathan Gaines e Shelby Gaines é muito boa e bem utilizada, enquanto o argumento é de Andrew Lanham. Num bom elenco, de que o realizador participa num pequeno papel, há sobretudo trabalhos de composição notáveis.
    Género nos nossos dias raro, o western teve uma história muito importante na Hollywood clássica. Este filme, mais sobrevivente que outra coisa, deixa muito boa impressão também e até sobretudo pela voz do narrador, que criando distância aumenta a empatia. Simultaneamente sagração de Billy The Kid na sua morte e reabilitação de Pat Garrett depois dela, tenta espreitar um futuro que ali ainda mal se vê.