"Personal Shopping" de Olivier Assayas (2016) não pretende ser mais do que aquilo que é, um filme de género, terror, que investe as almas do outro mundo que comunicam com os deste. Mas ao fazê-lo despretensiosamente o cineasta imprime-lhe o seu tom pessoal, o seu bom gosto e a sua estilística ao remeter para os códigos e as referências da Série B.
Sem pretender verosimilhança mas chamando para o seu filme uma credulidade de primeiro grau, Olivier Assayas brinda-nos com um filme muito bom e sem falhas que avança em diversas direcções: a senhora que a protagonista, Maureen Cartwright/Kirsten Stewart serve, que tem um namorado e acaba como acaba, o interlocutor da protagonista ao telemóvel, ela própria na sua relação com a sua cunhada, a viúva do seu irmão gémeo que morreu e supostamente a contacta.
Há também uma casa, a casa da família que se trata de vender, um novo namorado da viúva e, porque não, um aspirante à protagonista embora distante, tudo com grande leveza e sobriamente construído, à maneira clássica, com a separação de blocos feita por encadeado a negro. O pretenso filme dos anos sessenta, reconstituído e mostrado, convoca Victor Hugo de forma pertinente e interessante. E o final fecha em branco.
Eu acredito que os grandes cineastas, e especialmente eles, têm direito aos seus momentos de divertimento, em que por vezes nos dão o seu melhor, como acontece a Olivier Assayas neste "Personal Shopping", que além da realização tem argumento e diálogos seus. Apesar de tudo e da publicidade descarada, os desdobramentos de Maureen Cartwright dão-nos alguma coisa além do restante e mais não pedimos desta vez ao cineasta.
Além do que nesta sua segunda colaboração, depois de "As Nuvens de Sils Maria"/"Clouds of Sils Maria" (2014), a dupla cineasta-actriz funciona bem sobre um motivo temático semelhante, o que deve ser realçado tal como o prosseguimento da aproximação ao mercado globalizado de língua inglesa. E pela questão do além, depois da morte, tinha recentemente passado Clint Eastwood em "Hereafter - Outra Vida"/"Hereafter" (2010), um divertimento também que nem sequer é dos seus melhores filmes.
Bem filmada, Paris fica sempre bem nos filmes de Assayas, o que contribui para que mesmo num filme despretensioso como este ele nunca se banalize.
Sem pretender verosimilhança mas chamando para o seu filme uma credulidade de primeiro grau, Olivier Assayas brinda-nos com um filme muito bom e sem falhas que avança em diversas direcções: a senhora que a protagonista, Maureen Cartwright/Kirsten Stewart serve, que tem um namorado e acaba como acaba, o interlocutor da protagonista ao telemóvel, ela própria na sua relação com a sua cunhada, a viúva do seu irmão gémeo que morreu e supostamente a contacta.
Há também uma casa, a casa da família que se trata de vender, um novo namorado da viúva e, porque não, um aspirante à protagonista embora distante, tudo com grande leveza e sobriamente construído, à maneira clássica, com a separação de blocos feita por encadeado a negro. O pretenso filme dos anos sessenta, reconstituído e mostrado, convoca Victor Hugo de forma pertinente e interessante. E o final fecha em branco.
Eu acredito que os grandes cineastas, e especialmente eles, têm direito aos seus momentos de divertimento, em que por vezes nos dão o seu melhor, como acontece a Olivier Assayas neste "Personal Shopping", que além da realização tem argumento e diálogos seus. Apesar de tudo e da publicidade descarada, os desdobramentos de Maureen Cartwright dão-nos alguma coisa além do restante e mais não pedimos desta vez ao cineasta.
Além do que nesta sua segunda colaboração, depois de "As Nuvens de Sils Maria"/"Clouds of Sils Maria" (2014), a dupla cineasta-actriz funciona bem sobre um motivo temático semelhante, o que deve ser realçado tal como o prosseguimento da aproximação ao mercado globalizado de língua inglesa. E pela questão do além, depois da morte, tinha recentemente passado Clint Eastwood em "Hereafter - Outra Vida"/"Hereafter" (2010), um divertimento também que nem sequer é dos seus melhores filmes.
Bem filmada, Paris fica sempre bem nos filmes de Assayas, o que contribui para que mesmo num filme despretensioso como este ele nunca se banalize.
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