"Os Fantasmas de Ismael"/"Les fantômes d'Ismaël" de Arnaud Desplechin (2017) é mais um filme muito bom deste grande cineasta francês. Com uma narrativa conhecida, a partir de argumento de Lea Mysius, Julie Peyr e do realizador, a primeira mulher do protagonista, Ismael Vuillard/Mathieu Amalric, que desaparecera 21 anos antes, Carlotta Bloom/Marion Cotillard, regressa depois de ele ter voltado a casar com Sylvia/Charlotte Gainsbourg, astrónoma.
Mas as coisas não se ficam por aí, pois ele tem um irmão, Ivan Dedalus/Louis Garrel, diplomata no exterior e cuja memória o atormenta. Realizador de cinema, Ismael transfere para o filme que está a fazer a personagem do seu irmão, enquanto o pai de Carlotta, Henri Bloom/László Szabo, cineasta como ele, acaba por ter um colapso cardíaco ao saber do regresso da filha.
Mas as coisas não se ficam por aí, pois ele tem um irmão, Ivan Dedalus/Louis Garrel, diplomata no exterior e cuja memória o atormenta. Realizador de cinema, Ismael transfere para o filme que está a fazer a personagem do seu irmão, enquanto o pai de Carlotta, Henri Bloom/László Szabo, cineasta como ele, acaba por ter um colapso cardíaco ao saber do regresso da filha.
E há ainda uma terceira mulher, Arielle-Faunia/Alba Rohrwacher num papel duplo junto de cada um dos dois irmãos, mais um fantasma do protagonista mas que vem desempatar ao empatar mais.

Variado, dispersivo e com grandes actores, este é um filme que cativa pelas melhores razões, denso e complexificado pelo carácter judeu das suas personagens principais. E é do discurso de Henri Bloom quando homenageado em Telavive durante um festival de cinema que sai a temática da ausência, num filme em que o outro realizador, o próprio Ismael, se ausenta das filmagens.
Com alusões a Hitchcock em Carlotta e a James Joyce com os nomes de Bloom e Dedalus, este mais um grande filme de um excelente realizador francês que não facilita a vida ao espectador ignorante, que espera que tudo lhe seja explicado claramente. É, pois, preciso apanhar todas as pistas que, como pontas soltas, são deixadas ao longo do filme para o compreender plenamente.
Vejam "Os Fantasmas de Ismael", que tem excelente fotografia de Irine Lubtchansky, com as referências todas que ele convoca, também sobre o próprio cinema, e compreendam-no a partir da sua complexidade exigente. A este nível o cinema interessa sempre mais.
Vejam "Os Fantasmas de Ismael", que tem excelente fotografia de Irine Lubtchansky, com as referências todas que ele convoca, também sobre o próprio cinema, e compreendam-no a partir da sua complexidade exigente. A este nível o cinema interessa sempre mais.
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