Nascido em Praga, por cuja universidade se doutorou em Filosofia, Jorge Listopad (1921-2017), que agora nos deixou, viveu em Portugal a maior parte da sua vida, especialmente dedicada ao teatro, que amava e encenou como poucos. Também homem de televisão, crítico, escritor e professor, por um desses acasos não acidentais da guerra, da resistência e do pós-guerra acabou por dominar o português e nele se exprimir como em língua materna.
Tinha nos anos 50 convivido em Paris com os grandes nomes da literatura e da cultura francesa e europeia de então e veio depois a conhecer muito bem a cultura portuguesa, que se lhe tornou familiar ao ponto de ter adquirido a nacionalidade portuguesa e ter participado no seu estudo e na sua divulgação.
No jornalismo cultural, de que foi colaborador assíduo, havia uma espécie de ritual em ler a sua coluna, em que escrevia sobre tudo porque tudo no mundo da cultura lhe era familiar e o interessava, para saber o que ele dizia. Homens da dimensão dele escasseiam hoje em dia. Todos sentimos a sua falta.
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