segunda-feira, 10 de junho de 2019

Fantasmas

   "O Segredo da Cãmara Escura"/"Le secret de la chambre noire", do japonês Kiyoshi Kurosawa (2016), é mais um filme no género em que ele começou por se notabilizar e se tornou mais conhecido: o filme de fantasmas.
   O que quer que se pense do assunto, e eu sou céptico, tem de se reconhecer a mestria do cineasta, tanto narrativa como cinematograficamente.
    Na Europa, um fotógrafo de daguerreótipos na actualidade, Stéphane/Olivier Gourmet, usa como modelo a filha, Marie/Constance Rousseau, e tem um novo assistente, Jean/Tahar Rahim. Enquanto a mulher do fotógrafo, Denise/Valérie Sibilia, morta, continua a aparecer, Marie é aceite num novo emprego em Toulouse e, por pressão de Thomas/Mark Zidi, empreendedor imobiliário apresentado por Vincent/Mathieu Amalric, Jean tenta convecer o patrão a vender a casa que habita no subúrbio por alto preço.
                       O SEGREDO DA CÂMARA ESCURA
  Marie  morre em consequência de queda pelas escadas... mas continua viva com Jean até ao fim, em que finalmente se ausenta da igreja.
   Kiyoshi Kurosava tem um estilo de realização elegante e integra da melhor maneira os fantasmas junto de gente assombrada por diversos motivos - Jean chega a falsificar a assinatura de Stéphane para atingir os seus objectivos, como se para sublinhar a falsidade de tudo. E vamos indo que a remissão para o século XIX, com o daguerreótipo, permite mergulhar no mistério da imagem para que o título remete.
  Tem argumento do cineasta e Hiromi  Kurosawa, fotografia de Alexis Kavirchine, música de Grégoire Hetzel e montagem de Véronique Lange. Prefiro Kiyoshi Kurosawa fora deste género, mas vê-se com interesse e sem fastio sobretudo se, como eu, não se acreditar em fantasmas. 

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