quarta-feira, 26 de junho de 2019

Génio

   "Os Olhos de Orson Welles"/"The Eyes of Orson Welles" do historiador inglês do cinema Mark Cousins (2018) é um bom filme biográfico que percorre a vida e a actividade do genial cineasta americano a partir de imagens e sons de arquivo, que a voz do realizador e argumentista anima ao comentar.
   Dividido em capítulos, chama em especial a atenção para os desenhos de Welles, actividade menos conhecida e muito reveladora apesar de tudo aquilo que o autor destruiu. Na sua vida privada são focados os aspectos mais importantes, nomeadamente das influências materna e paterna, das viagens que fez e de amores e casamentos, também de posições políticas.                 
                       
   Da obra é dado o devido destaque ao que fez para rádio, teatro e televisão, fora dos lugares comuns, com sons e imagens de arquivo de que destaco o seu "King Lear" live para a televisão nos anos 50, e da obra para cinema é devidamente realçado cada filme, cena a cena, no conjunto de uma obra muito importante, com o devido enquadramento teatral, artístico, pictórico, também cinematográfico, para os filmes shakespearianos e o filme kafkiano em especial.
    É possível fazer a história do cinema em termos não literários mas cinematográficos, como Mark Cousins já tinha feito em "A História do Cinema: Uma Odisseia"/The Story of Film: An Odyssey " (2011) e aqui exuberaqntemente confirma. 
   Deste filme sobre um génio trabalhado, mal amado e hoje em dia mal conhecido, decorre que a história do cinema pode ser leve, clara e divertida, como os tempos de hoje exigem, não algo de compacto e maçador.

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