Quando era muito novo comecei a escrever uma "história do cinema" com base naquilo que dele conhecia, que era muito pouco. Não passei da fase de tentar escrever porque me deparei logo no cinema mudo com obstáculos intransponíveis: como falar de e avaliar em termos relativos Griffith e Stroheim, Chaplin e Keaton, Eisenstein e Dreyer, Lang e Hitchcock, Murnau e Jean Renoir.
É lembrando-me dessa tentativa inevitavelmente fracassada que vou criar aqui uma secção com este título em que tentarei tratar dos assuntos que me interessam hoje na história do cinema mas também enfrentarei deliberadamente as minhas antigas perplexidades. Não vai ser uma história do cinema formal e por extenso, pois não descerei ao pormenor embora exemplifique sempre, nem seguirei uma ordem cronológica mas a que resultar das questões que me forem surgindo.
Não se tratará de dar lições a ninguém e muito menos se pretenderá um manual. Serão apontamentos pessoais, como notas e reflexões breves ao correr da pena, e estarei sempre disponível para escrever sobre os assuntos que me forem propostos pelos meus leitores. Além da utilidade pessoal espero poder dar a minha resposta a algumas questões não dilucidadas da história desta tecnologia, arte e espectáculo, nascida no final do Século XIX, o que poderá ser de interesse alargado.
A secção não terá uma periodicidade regular nem um número certo de entradas por mês. E não me espantará que, com aquilo que hoje sei e aquilo que continuo a desconhecer venha a enveredar por caminhos inesperados que a mim próprio me surpreendam. Cruzarei sempre com as outras artes e formas de expressão, com a história social, económica e política, com a história da arte e da cultura e com a filosofia. Se não existir de outro modo, e espero que exista, a poética estará pelo menos nas relações estabelecidas.
Não identificadas como tal no título, as entradas desta secção serão facilmente reconhecíveis. Espero que gostem.
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