Os dois últimos filmes da tetralogia "Les quatre soeurs", de Claude Lanzmann (2017), de que falei aqui na semana passada, passaram como previsto ontem, terça-feira, no programa "Théma" do Arte.
A terceira parte, "Baluty", com Paula Biren, demora-se sobretudo na descrição do gueto de Lodz, na Polónia, de onde a entrevistada, que chegou a integrar uma unidade de polícia, partiu para Auschwitz. Daí conseguiu sair com vida para os Estados Unidos. E aqui todos são mencionados, alemães e polacos, judeus e não judeus, num processo cumulativo que acabou por conduzir ao extermínio da maioria.
Na quarta e última parte. "L'arche de Noé", com Hanna Marton, esta situa-se a partir de Cluj, na Hungria, que em 1940 a reocupou na Transilvânia e renomeou Kolozsvar, de onde acabou por partir não para o extermínio mas para a Suíça, incluída numa lista não aleatória. A experiência da ocupação alemã da sua terra, Cluj, é vívidamente recordada, nos grandes planos que Lanzmann dedica a cada uma das participantes nesta tetralogia.
A noite temática do Arte terminou com "Auschwitz Projekt", do documentarista Emil Weiss (2017), já autor de outros filmes sobre o assunto, nomeadamente a trilogia "Hourben"/"Destruction". Este excelente documentário dá conta pormenorizadamente do projecto nazi, da sua concepção à sua concretização, acompanhado de testemunhos das vítimas.
A noite não terminou, porém, sem que fosse transmitido o documentário "Claude Lanzmann - Poerte-parole de la Shoah", de Adam Benzine (2015), em que o cineasta fala longamente sobre o seu primeiro e principal grande filme e também sobre si próprio.
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