"La reine garçon"/"The Girl King" é um filme do finlandês Mika Kauismäki (2015) sobre a famosa rainha sueca do século XVII, Cristina, que já tinha sido tratada no cinema nos anos 30 por Rouben Mamoulian em "A Rainha Cristina"/"Queen Christina", com Greta Garbo (1933).
Agora a cores, o irmão mais velho de Aki Kaurismäki realiza um excelente filme de produção internacional, em que Cristina é interpretada por Malin Buska de forma superior. Presa de amores inconvenientes por uma aia, a Condessa Ebba Sparre/Sarah Gaden, que ela domina, é pressionada pelo Chanceler Axel Oxenstiema/Michael Nykvist e pela mãe, Maria Eleanora de Brandenburg/Martine Gedeck, a ter um herdeiro e pelo primeiro a deixar a fé luterana em favor da igreja católica romana.
Rainha ilustrada, ela chama para junto de si o grande filósofo europeu do seu tempo, René Descartes/Patrick Bauchau, para a esclarecer sobre as paixões, o que apresenta o maior interesse tanto mais quanto ele vem a ser eliminado pela corte. Debatendo-se entre a vontade e o dever, a protagonista acaba por adoptar Karl Gustav Kasimir/François Arnaud como herdeiro e renunciar. Virgem.
Composto de planos pictóricos de grande beleza, o filme tem fotografia de Guy Dufaux, música de Anssi Tikanmäki e montagem de Hans Funck. Somos informados no final de que a Rainha Cristina está sepultada em Roma, ao lado dos papas.
Com elegância e bom gosto, o mais velho dos Kaurismäki oferece aqui um filme do maior interesse, apresentado esta semana no Arte. Os filmes dele não nos chegam e deviam chegar, pelo que se justifica uma recuperação da sua obra, como a de Aki iniciada há quatro décadas, entre nós, quanto mais não seja pela Cinemateca Portuguesa.
Com elegância e bom gosto, o mais velho dos Kaurismäki oferece aqui um filme do maior interesse, apresentado esta semana no Arte. Os filmes dele não nos chegam e deviam chegar, pelo que se justifica uma recuperação da sua obra, como a de Aki iniciada há quatro décadas, entre nós, quanto mais não seja pela Cinemateca Portuguesa.
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