"The Place" de Paolo Genovese (2017) é um filme concentrado e denso passado no mesmo local, um café com aquele nome, em volta de um homem, Valerio Mastandrea, sentado a uma mesa, que vai recebendo sucessivos indivíduos.
Cada um deles tem um pedido a fazer que, para ser obtido, tem de ter como contrapartida um determinado comportamento, em geral violento, de cada qual. A narrativa divide-se em diversos casos que se vão interligando à volta do polícia, da criança de seis anos, do cego e da velhinha.
Sem sair do seu local único, o filme evolui à medida das sucessivas visitas das suas personagens ao homem sentado e das evoluções de cada caso que lhe contam e de que ele pede pormenores. E cada caso é diferente e é sempre narrado só verbalmente, sem nunca ser mostrado.
Ao ritmo dos encontros e do que é dito e narrado, "The Place" estende as malhas de que se tece narrativamente, com escolhas sucessivas de diferentes personagens contra o acordado. No final, cansado, o homem acaba por trocar de lugar com a empregada do café sem que seja nunca revelada a sua própria identidade.
Ao ritmo dos encontros e do que é dito e narrado, "The Place" estende as malhas de que se tece narrativamente, com escolhas sucessivas de diferentes personagens contra o acordado. No final, cansado, o homem acaba por trocar de lugar com a empregada do café sem que seja nunca revelada a sua própria identidade.
Com argumento do realizador e Isabella Aguilaar sobre história de Christopher Kubasik, tem fotografia de Fabrizio Lucci, música de Maurizio Filardo e montagem de Consuelo Catucci. Compenetrado mas expressivo, Valerio Mastandrea está especialmente bem entre os intérpretes, num bom filme cujo maior limite reside no carácter estereotipado das diferentes personagens perante um interlocutor enigmático e omnipotente. Mas percebe-se o potencial do jogo.
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