"A Tartaruga Vermelha"/"La tortue rouge", do holandês Michael Dudok de Wit (2016) é um belo desenho animado com um número reduzido de personagens, um homem/Mickaël Dumoussaud, uma tartaruga-mulher/Maud Brethenoux e o filho deles/Elie Tortoix, numa ilha deserta.
Ele ali foi parar devido ao acaso dos sucessivos naufrágios das jangadas por si construídas e ali encontrou a tartaruga vermelha que se metemorfoseou em mulher que, depois de lhe dar um filho e o ver crescer, de novo como tartaruga, com vida muito mais longa que a dele lhe sobrviverá.
Funcionando como parábola poderosa e expressiva sobre a vida, o amor e a morte num meio edénico, este filme poético e humanista tem uma animação perfeita e deixa margem para a imaginação do espectador o preencher nas suas elipses e omissões. Tem também cores soberbas e desenhos de uma grande qualidade e vivacidade, com realce para as cenas subaquáticas.
O argumento é do realizador e Pascale Ferran a partir de história dele. Além disso, o filme adopta uma variada gama de planos sempre com grande a-propósito, tem uma música excelente de Lauren Perez Del Mar e montagem justa de Céline Kélépikis.
Co-produção franco-belga-japonesa (Estúdio Ghibli) premiada em Cannes, "A Tartaruga Vermelha" passou ontem à noite no âmbito do Arte fait son cinéma.
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