"A Febre das Tuipas"/"Tulip Fever", de Justin Chadwick (2017), chamou a minha atenção por envolver um pintor nos Países Baixos no século XVII. A partir daqui era de esperar que tivesse alusões à pintura holandesa da época, o que de facto acontece na excelente fotografia de Eigil Bryld.
Muito bem realizado e com excelentes cenários, interiores e exteriores, da Amsterdão da época, o filme narra a história de Sophia Sandvoort/Alicia Vikander e do seu marido mais velho que ela, Cornelis Sandvoort/Christoph Waltz, da serva dela, Maria/Holliday Granger, que é a narradora, do namorado desta, Willm Brok/Jack O'Connell e do pintor Jan van Loos/Dane DeHann, convidado a fazer o retrato pintado dos senhores e que se torna amante da senhora.
Com um número de peripécias talvez excessivo, tem o seu centro narrativo no comércio e na especulação de bolbos de tulipa, a grande riqueza local na época, o tempo do nascimento do capitalismo. Tanto Willm como Jan se envolvem nos respectivos leilões, embora a grande jogadora seja uma certa Abadessa/Judi Dench.
Com muito bons actores, cenários e figurinos, a montagem de Ricky Russell permite ao cineasta adoptar as melhores soluções de realização, surpreendentes e apropriadas, que contribuem para a ligeireza do filme.
Irónico, este conclui-se com o refazer do casal dos servos e o duplo desfazer do casamento e da relação da senhora, que se vai juntar ao convento. Tudo leve e ligeiro mesmo nos equívocos, enganos e falsas identificações.
Tem argumento de Deborah Moggach e Tom Stoppard baseado em novela da primeira e a música de Danny Elfman contribui para o sucesso do filme, o melhor de Justin Chadwick, que já nos dera "Duas Irmãs, Um Rei"/"The Other Boleyn Girl" (2008), até agora. Mesmo que venha a ser o flop do ano, como antevê o New York Post, não deixa de ser um belo filme, simples, directo e muito bem feito.
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