Com argumento de Carlos Saboga, "O Caderno Negro"/"Le cahier noir" de Valeria Sarmiento (2018) baseia-se em "O Caderno Negro do Padre Dinis", de Camilo Castelo Branco", continuação dos seus "Mistérios de Lisboa" que Raoul Ruiz fez em filme (2010) e em mini-série televisiva (2011).
Centrado numa criança, Sebastien, com duas mães, Laura/Lou de Laäge e Suzanne de Monfort/Jenna Thiam, nenhuma das quais a mãe verdadeira dele, concentra-se na primeira e no seu percurso em tempos de Revolução Francesa na perseguição dele, entretanto confiado à segunda, entre Roma e Inglaterra.
Há um pai cardeal, Rufo/Stanislas Merhar, e uma mãe desaparecida num esquema conhecido do romancista português. O filme começa mesmo com dois envenenamentos. Cruzando-se com personagens verídicas da Revolução Francesa, preserva muito bem o mistério sobre o conteúdo do "caderno negro" na sua construção leve e elíptica, que integra porém a paternidade da protagonista.
Há um pai cardeal, Rufo/Stanislas Merhar, e uma mãe desaparecida num esquema conhecido do romancista português. O filme começa mesmo com dois envenenamentos. Cruzando-se com personagens verídicas da Revolução Francesa, preserva muito bem o mistério sobre o conteúdo do "caderno negro" na sua construção leve e elíptica, que integra porém a paternidade da protagonista.
Decidido "O Caderno Negro" segue sempre em frente salvo um flash back justificado, sem demoras nem atalhos cumprindo um percurso narrativo que cativa e prende nos seus mistérios e nas suas reviravoltas, o que não impede a não uniforme estética do filme, que se compreende.
Segue o rumo do filme anterior com inspiração e leveza, sem a grande complexidade formal dele mas com muito boa gestão da complexidade narrativa que tem por uma realização com múltiplas referências, até no cinema português, mais que competente sábia, o que ressalta logo da escolha da redução em vez do aumento da narrativa e dos meios de a desenvolver.
Segue o rumo do filme anterior com inspiração e leveza, sem a grande complexidade formal dele mas com muito boa gestão da complexidade narrativa que tem por uma realização com múltiplas referências, até no cinema português, mais que competente sábia, o que ressalta logo da escolha da redução em vez do aumento da narrativa e dos meios de a desenvolver.
Prolongando a inspiração ruiziana dos "Mistérios de Lisboa", em que aliás participou também Valeria Saemiento cujo filme anterior foi "Linhas de Wellington" (2012), este um belo filme sobre a complexidadee da realidade e dos seus mecanismos, rodado em Lisboa e nas suas proximidades, com fotografia de Acácio de Almeida, música de Jorge Arriagada e montagem de Luca Alverdi.
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