"Ana Hatherly e o Barroco. Um Jardim Feito de Tinta" é uma exposição patente na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que recorda e homenageia a grande artista plástica, poetisa e ensaísta que, no seu trabalho como professora e a partir dele, redescobriu para nós no final do século XX o Barroco como época fundamental na arte e na cultura.
Numa casa a que esteve muito ligada, a presente exposição recorda todas as actividades da artista e poetisa, mesmo como artista visual além de pintora, com peças pessoais suas - os quadros, diaporamas, filmes e manuscritos - mas também com peças que eles convocam no seu trabalho de investigação, de uma "estela do escriba de Irir" da XVIII dinastia, 1.300 anos A. C., a Josefa de Óbidos num quadro famoso, passando por uma gravura de Utamaro num dos muitos livros.
Para que não caia no esquecimento uma grande figura das artes e das letras portuguesas, ligada ao modernismo dos anos 50 com a poesia experimental e concreta, rilkeana com certeza.
Muito pertinentemente dividida em cinco partes, esta exposição começa assim: "A incorporação do passado no presente é uma acção subversiva, porque um dos efeitos mais surpreendentes da acção do tempo é transformar o usual em estranho, o conhecido em desconhecido, o ordinário em exótico."
Nas delicadas e complexas linhas e cores saídas da mão de Ana Hatherly, nomeadamente em "A romã" de 1971/72, redescubro-me e abismo-me no infinito, na finalidade sem fim da arte de que fala Jean-Luc Nancy na esteira de Kant.
Muito pertinentemente dividida em cinco partes, esta exposição começa assim: "A incorporação do passado no presente é uma acção subversiva, porque um dos efeitos mais surpreendentes da acção do tempo é transformar o usual em estranho, o conhecido em desconhecido, o ordinário em exótico."
Nas delicadas e complexas linhas e cores saídas da mão de Ana Hatherly, nomeadamente em "A romã" de 1971/72, redescubro-me e abismo-me no infinito, na finalidade sem fim da arte de que fala Jean-Luc Nancy na esteira de Kant.
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