terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Memória rápida

    "Robert Frank - L'Amérique dans le viseur"/"Don't Blink - Robert Frank", de Laura Israel (2015), percorre rapidamente a vida e a obra do mítico fotógrafo de "The Americans", permitindo com a presença e a palavra dele tornar tudo mais vivaz.
     Da sua infância em Zurique, com a memória do pai, também fotógrafo, aos anos 50 americanos - em New York com a beat generation mas percorrendo todo o território com a sua máquina fotográfica - no final dos quais começou a fazer filmes experimentais, e às décadas seguintes, com os seus traços específicos numa experiência pessoal, tudo nos é recordado com imagens.     
                      
          O testemunho dele é importante na afirmação da criação artística em luta contra  o destino (o que aliás é pretexto para uma tradução francesa errada no filme) e na sumária descrição do seu método sem método: quando encontra o que/quem lhe interessa, e o seu motivo principal é a figura humana, dispara a câmara. Claro que para isso tem de procurar.
         Mas Robert Frank fala aqui também sobre o irmão, sobre a mulher, Mary e sobre os filhos, sobre colegas e amigos, enquanto são convocados também os seus filmes, em que chegou a abalançar-se na longa-metragem independente, nomeadamente em "Candy Mountain" (1987). Mas a sua paixão foi a fotografia, embora reconheça maior vivacidade ao cinema.
          É um bom filme, feito pela montadora habitual dos seus filmes, mas sabe a pouco na sua descrição e recordação rápida de uma vida rica e variada. Passou ontem, segunda-feira, à noite no Arte.

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