sábado, 11 de agosto de 2018

Horrífico

   "O Legado de Saw"/"Jigsaw", dos irmãos Spierig (2017), é a recuperação de um franchise criado por James Wan e Leigh Whannell que deu no cinema sete filmes entre 2004 e 2010, mas também jogos de vídeo, banda desenhada e outros produtos de entretenimento. Produto típico da série B, enche o peito de pretensão e aí falha, como foi assinalado oportunamente pela crítica.
  Com duas séries de crimes com o mesmo perpetrador, aparentemente impossível pois John Kramer/Tobin Bell morreu há dez anos, acaba por se resumir a cenas de terror macabro e horripilante, com tortura, em que a "escolha" aleatória deixada às vítimas (como num jogo, justamente) é um logro, e ao enigma, no final resolvido, de quem é o criminoso. 
                                  
   Entre os suspeitos destacam-se Logan Helion/Matt Passmore e o detective Helloran/Callum Keith Rennie, num filme em que a ideia de vingança se confunde com a de "justiça" pelas próprias mãos, embora reveladora de desconfiança nas instituições uma das mais nocivas do cinema americano. Por seu lado, a referência à internet negra é pertinente.
  Tem argumento de Josh Stolberg e Peter Goldfinger e não adianta nada à série de horrores a que o filme de terror contemporâneo se tem reconduzido: excesso de imaginação para um terror arrepiante. Haverá quem goste mas não é o meu caso. E se traduz ia violência da sociedade americana também a fomenta, o que não deve ser ignorado nem minimizado.
  Neste modelo de serial killer, "Seven - 7 Pecados Mortais"/"Seven", de David Fincher (1995) permanece inultrapassável.  Fiquei, no entanto, a conhecer estes novos cineastas americanos, os irmãos Michael e Peter Spierig, que vou agora acompanhar com prudência.

Sem comentários:

Enviar um comentário