"Os Dois Amigos"/"Les deux amis" de Louis Garrel (2015), depois de três curtas a sua estreia na realização de longas-metragens, que não tinha visto quando da sua estreia em Portugal, passou esta segunda-feira no Arte e deixou-me uma impressão mitigada.
Com um dos dois amigos, Clément/Vincent Macaigne, loucamente apaixonado, o outro, Abel/Louis Garrel, tenta convencer Mona/Golshifteh Farahani. Mas entretanto... O realizador/actor inspira-se na literatura francesa num argumento de que é co-autor com Christophe Honoré, nomeadamente em Caprices de Marianne de Alfred de Musset, e na nouvelle vague para um filme suave, que não chega a grandes alturas, a que não aspira, no seu voo ligeiro.
A realização e as interpretações têm bons momentos, mas é tudo ainda vago e fluido, sem nada que permita aproximá-lo de Godard ou Philippe Garrel, o pai, suas referências explícita, para além de certos pontos e traços. Cita bem La Fontaine, em Parole de Socrate : "Ami, rien n’est plus commun que le nom, rien n’est plus rare que la chose.", e o filme é mesmo assim feito com brio.
Com fotografia de Claire Mathon, música de Philippe Sarde e montagem de Joëlle Hache, a sua maior qualidade é não abandonar um tom de ironia e leveza, o que o marca e o torna conseguido.
Está bem para começar na longa-metragem, espera-se mais e melhor na continuação de um actor que não perde na realização o seu carisma pessoal..
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