Júlio Pomar (1926-2018) foi um pintor e artista plástico - desenho, gravura, cerâmica, escultura - fundamental do século XX português. Começou com o neo-realismo, de que quando foi para Paris nos anos 50 se afastou para a arte moderna, em que foi figura central. Referência também do ponto de vista político, mesmo depois da sua morte a sua obra e o seu legado continuam a desafiar-nos. Continuem a visitá-lo no atelier-museu com o seu nome em Lisboa.
Philip Roth (1933-2018) foi o maior nome da literatura norte-americana contemporânea, com uma obra de reflexão inquieta e profunda sobre o seu país e o seu tempo. É incompreensível e imperdoável que, tendo recebido as grandes distinções literárias do seu país, não lhe tenha sido atribuído o Nobel da Literatura. Para perceber em profundidade a América do nosso tempo e conhecer o melhor da literatura americana, de que foi um dos nomes mais importantes, é preciso ler os seus livros, editados em português.
Foi uma honra ter vivido no tempo destes dois gigantes, que marcaram a arte portuguesa e a literatura americana, respectivamente, para além de quaisquer fronteiras. Cada um deles provou que é no espaço da criação pessoal própria na sua área de eleição que cada um de nós atinge os limites do humano que o justificam. O que é tanto mais importante quanto as capacidades pessoais são maiores. Aqui me despeço de ambos, os recordo e os aconselho.
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