"Coração de Cão"/"Heart of a Dog", da cantora e performer Laurie Anderson (2015), é um exemplar filme independente americano ao jeito do underground de New York feito pela viúva de Lou Reed (1942-2013) em memória dele.
Com grande imaginação e criatividade, a história da cadela torna-se história pessoal, cultural e universal, com as imagens subjectivas próprias, os olhares para a câmara e o comentário pessoal em off, que recorre a Wittgenstein, Kierkegaard, David Forster Wallace e ao livro tibetano dos mortos, e o filme torna-se ensaio na aliança entre imagem do cinema e pensamento.
Não tinha visto quando estreou em Portugal e vi agora quando passou no Arte, em La lucarne, na noite da passada segunda-feira. Apreciei imenso tudo aquilo que a realizadora consegue fazer em cinema, com o cinema, sem abdicar da sua criação pessoal, antes com ela.
Contando com uma referência política detida ao armazenamento de dados pessoais pela segurança interna do governo americano depois do 11 de Setembro de 2001, este um filme sensível e inteligente sobre o mundo em que vivemos, sem complacência nem receios, nem mesmo no cruzamento entre o amor e a morte: "toda a história de amor é uma história de fantasmas".
Com largo recurso à animação e às palavras escritas, "Coração de Cão" de Laurie Anderson é um belo filme moderno, vivo e sentido. Recomendo vivamente.
Contando com uma referência política detida ao armazenamento de dados pessoais pela segurança interna do governo americano depois do 11 de Setembro de 2001, este um filme sensível e inteligente sobre o mundo em que vivemos, sem complacência nem receios, nem mesmo no cruzamento entre o amor e a morte: "toda a história de amor é uma história de fantasmas".
Com largo recurso à animação e às palavras escritas, "Coração de Cão" de Laurie Anderson é um belo filme moderno, vivo e sentido. Recomendo vivamente.
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