domingo, 14 de abril de 2019

Sonho de amor

   "Greta - Viúva Solitária"/"Greta" do irlandês Neil Jordan (2018) trata de uma estranha mulher, Greta Hideg/Isabelle Huppert, que ataca raparigas a partir de uma mala deixada no Metro, do ponto de vítima das vítimas, não do dela.
    Acompanhamos a tentativa de captura pela sedução de Frances McCullen/Chloé Grace Moretz, que a sua amiga Erica Penn/Maika Monroe tenta ajudar a libertar-se perante a impotência do pai de dela.
    Greta conta que o seu marido, já falecido, tocava na igreja à sexta-feira "Liebestraum" de Franz Liszt, que ela continua a tocar ou ouvir em casa obsessivamente, e este facto não deve ser dissociado da sua patologia.
                      
      Sem ser um grande filme que nem sequer ambiciona ser, é uma obra escorreita e bem feita, que tem cada elemento no seu lugar tanto visual como narrativamente. O destaque vai para as intérpretes, em especial para Isabelle Huppert, inexpressiva mas ameaçadora como Greta, que diz a Frances querer substituir o amor da mãe que ela perdeu. Mas Chloé Grace Moretz está também muito bem.
     O filme tem argumento de Ray Wright e Neil Jordan baseado em história do primeiro, fotografia de Seamus McGarvey com admirável tratamento da luz e da sombra e das cores, música de James Navarrete e montagem de Nick Emerson.
    Neil Jordan, responsável entre outros por "Mona Lisa" (1986), "Jogo de Lágrimas"/"The Crying Game" (1992) e "O Fim da Aventura"/The End of the Love Affair" (1999), depois de uma série sobre os Bórgia, "The Borgias" (2011-2013) e da série "Riviera" (2017), que criou, regressa aqui no seu melhor.

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