segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Um clássico revisitado

   "Hondo", de John Farrow (1953), com argumento de James Edward Grant baseado em história de Louis L'Amour, era até agora um western mais, entre muitos, com John Wayne. Eis senão quando o Arte o apresenta como tendo sido em parte da responsabilidade de John Ford, nome maior do género na época clássica, o que está estabelecido desde o final do século passado, e tudo muda de figura.
    História de um homem solitário acompanhado de um cão que viveu entre os índios, toma sob a sua protecção uma mãe e o seu filho assediados pelos apaches, mata o marido dela para se defender, ocupa o luger dele e os acompanha na fuga aos índios, tem o seu segmento final, do ataque à caravana, atribuído a John Ford a convite do actor, também produtor. Este um filme muito bom, lendário, que agora a creditação parcial a Ford engrandece
                      HONDO
    Na obra deste é do mesmo ano de "O Sol Nasce Para Todos"/"The Sun Shines Bright" e pode ver-se que antecipa os seus grandes filmes com índios, "A Desaparecida"/"The Searchers" (1956) e "Terra Bruta" ("Two Rode Together" (1961), que haviam de complexificar uma questão, a da relação com eles, aqui ainda simples no seu tratamento embrionário na primeira metade dos anos 50, em que se iniciou com "A Flecha Quebrada"/"Broken Arrow", de Delmer Daves (1950).
    Sem outras considerações especiais além das interpretações de John Wayne como Hondo Lane e Geraldine Page como Angie Lowe, Ward Bond como Buffalo Baker, Michael Pate como Vittorio e James Arness como Lennie, até pela sua duração o filme releva também da economia de meios da série B, que tão importante foi na época. E a complexificação do lado dos brancos é, ela também, um elemento a reter, muito usado na época e aqui muito bem explorado.
    Com restauro a seguir a restauro, "Hondo" de John Farrow e John Ford é um excelente filme a ver ainda hoje com o maior interesse. Há no cinema clássico americano, até aos anos 50 do século XX e em especial durante essa década, muita coisa que, como este filme, merece ser conhecida e que em parte o Arte vem mostrando de forma sistemática. 









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