sexta-feira, 29 de março de 2019

Da vida para a morte

    Nascida na Bélgica, Agnès Varda (1928-2019) foi um dos cineastas fundamentais e fundadores da nouvelle vague francesa.
    Primeiro na curta-metragem (1), a partir de "Duas Horas na Vida de Uma Mulher"/"Cléo de 5 à 7" (1962) na longa, veio a desdobrar-se entre a ficção e o documentario com a maior distinção. Sempre mostrou um pendor documental mesmo nas suas ficções, mas também se destacou na fotografia e na sua articulação com o cinema, no qual se revelou notável colorista.
   Numa obra longa e extensa destaco "A Felicidade"/"Le bonheur" (1965), "L'une chante l'autre pas" (1977), "Sem Eira Nem Beira"/"Sans toit ni loi" (1985) e os documentários "Daguerréotypes" (1976), "Mur murs" e "Documenteur" (1981), "Os Respigadores e a Respigadora"/"Les glaneurs et la glaneuse" (2000) e "As Praias de Agnès"/"Les plages d'Agnès" (2008).
                          The Gleaners and I
   Feminista declarada, acompanhou o marido, Jacques Demy (1931-1990), também cineasta, até ao fim, e dedicou-lhe mesmo um filme de longa-metragem, "Jacquot de Nantes" (1991). 
   A sua partida significa uma imensa perda para o cinema francês e o cinema mundial. Os meus sentimentos aos seus filhos Rosalie e Mathieu e a todo o cinema francês.
   Sobre Agnès Varda ver "É melhor a dois", de 18 de Fevereiro de 2018, e "Contado por ela", de 21 de Março de 2019.

   Nota
   (1) Recordo o dia em que, 1963 ou 64, João Bénard da Costa mostrou aos seus alunos do Liceu Camões, em Lisboa, a curta-metragem "O saisons, ô chateau" (1958), do que por desconhecimento necrológico haverá ainda testemunhas vivas.

Sem comentários:

Enviar um comentário