sexta-feira, 14 de julho de 2017

É mais tarde do que pensas

   Numa homenagem bem vinda a Eric Rohmer, antes de retransmitir "Os Amores de Astrea e Celadon"/"Amours d'Astrée et de Céladon" (2007) o Arte transmitiu anteontem, quarta-feira, "Maestro", de Léa Fazer, que o homenageia e a Joclyn Quivrin, que foi actor daquele filme e, já falecido em 2009 com 30 anos, é co-argumentista deste.
   Com um tom rohmeriano, o filme apresenta o actor, Henri Renaud/Pio Marmaï, no meio da equipa em confronto com o grande realizador, Cédric Rovère/Michel Londsale, durante a rodagem de um filme que remete para o último de Rohmer.
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   Os actores e as actrizes são muito jovens, como Rohmer usava, e o estilo do filme, sóbrio e bem planificado, envolve além dos actores alguns ruídos e várias vozes fora de campo além de música.
   Com humor reverente, o filme de Léa Fazer presta uma homenagem sentida e merecida a ambos, actor e realizador, sem deixar de lembrá-los a ambos num ambiente que frequentavam, o das filmagens de um filme. Michel Lonsdale está fabuloso na sua imobilidade magistral e um cast muito equilibrado e jovem dá-lhe sempre boa réplica num filme em que abundam as referências à actualidade, nomeadamente em outros, menores ecrãs.
   Depois de uma referência pacificada a Claude Lelouch, num aceno ao "cinema de autor" o filme termina sobre uma conferência de imprensa durante o Festival de Veneza com a sala vazia. É boa a homenagem e o filme desembaraçado e bem feito. À altura do conservadorismo e do bom gosto deste nome maior de "nouvelle vague" francesa.

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