O novo filme de Sérgio Tréfaut, "Treblinka" (2016), parte do livro "Treblinka: A Surviver's Memory"/"Je suis le dernier juif" de Chil Rajchman e de outros depoimentos sobre o Holocausto para voltar a percorrer no Inverno as linhas de caminho de ferro que através da Rússia, da Ucrânia e da Polónia conduziam àquele infame lugar.
Com a participação de actores, Isabel Ruth, Kirill Kashlikov e Nina Guerra, põe em palavras a experiência do campo de extermínio narrada por sobreviventes e torna-a real na actualidade que vivemos e na que se anuncia, ameaçadora.
No "tudo volta a acontecer" deste filme somos abalados pelo relato vívido, sem qualquer esboço de flsh-back visual, do que aconteceu uma vez para que a história não se repita. O que é imostrável permanece não representado visualmente, como deve. Na fotografia de João Ribeiro são criados todas as nuances e todos os contrastes, com largo recurso aos vidros que desfocam, em volta da figura humana reduzida à sua mais simples e elementar expressão física.


Na sua expressividade intensa e concentrada, "Treblinka" de Sérgio Tréfeut é um filme muito bom que parte da figura de Marceline Loridan-Ivens, a viúva de Joris Ivens (1898-1989), ela própria sobrevivente do Holocausto, para recordar o horror inominável. Um filme que é preciso ver.
No filme de Tréfaut tudo passa pela palavra no ambiente fechado e soturno de um comboio em marcha. E as palavras não são diálogos entre personagens mas dirigem-se directamente ao espectador.
Não é possível esquecer nem perdoar. Seria fundamental que se conseguisse evitar a repetição, para o que este filme é muito importante.
No filme de Tréfaut tudo passa pela palavra no ambiente fechado e soturno de um comboio em marcha. E as palavras não são diálogos entre personagens mas dirigem-se directamente ao espectador.
Não é possível esquecer nem perdoar. Seria fundamental que se conseguisse evitar a repetição, para o que este filme é muito importante.
Sem comentários:
Enviar um comentário