Armando Baptista-Bastos (1934-2017) foi em tudo aquilo que escreveu e fez uma referência ética desde os anos 50, a fase final do Estado Novo.
Grande senhor da escrita literária e jornalística - e o jornalismo deu uma característica singular e superior à sua escrita -, esteve onde foi preciso estar no combate ao fascismo, que muito claramente o perseguiu e prejudicou.
Também esteve na escrita sobre cinema, como cinéfilo que era, na polémica do tempo. Destaco aqui "O Filme e o Realismo" (Lisboa. Arcádia, 1962), um livro esclarecido e bem informado, também revelador de bom gosto. Mas destaco sobretudo a sua participação intelectual e física, criativa, em "Belarmino", de Fernando Lopes (1964), filme seminal do cinema novo português.
Também esteve na escrita sobre cinema, como cinéfilo que era, na polémica do tempo. Destaco aqui "O Filme e o Realismo" (Lisboa. Arcádia, 1962), um livro esclarecido e bem informado, também revelador de bom gosto. Mas destaco sobretudo a sua participação intelectual e física, criativa, em "Belarmino", de Fernando Lopes (1964), filme seminal do cinema novo português.

Amigo fiel e leal dos seus amigos, honra lhe seja, e adversário temível em polémicas históricas - foi além de um grande escritor e jornalista um grande polemista -, ocupou um lugar que não pode ser esquecido, porque memorável na cultura portuguesa.
Tornado personagem controversa com a sua chegada à televisão, em que já só esporadicamente o acompanhei, permanece para mim no momento muito triste do seu passamento um homem corajoso, íntegro e vertical naquilo que fez e escreveu. E na escrita foi um grande estilista da língua portuguesa, na esteira de Ramalho, Eça e Aquilino.
Portugal, onde nasceu, passou por ele e ele permaneceu parte indeclinável sua. Depois de de Dinis Machado e Herberto Helder, é uma personalidade fundametal da cultura portuguesa da segunda metade do século XX que se vai. Aqui lhe presto a minha respeitosa e sentida homenagem.
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