quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Alguma poesia

    Estive a ler, descobrindo-os, os "Poemas quotidianos" do António Reis (1927-1991), que não conhecia e agora foram em boa hora reeditados pela Tinta de China na sua excelente colecção de poesia pela qual felicito Pedro Mexia.
    Não vou contar aqui a história do livro que no início foi dois livros antes de ser recolhido num volume, que está muito bem contada por Fernando J. B. Martinho no Prefácio. Vou, isso sim, chamar a vossa atenção para o Posfácio de Joaquim Sapinho, que foi seu aluno e dá conta do homem e do cineasta em termos claros e sentidos.
                            Poemas Quotidianos
  São poemas curtos, que por vezes fazem lembrar os haïku, secos e limpos na sua revelação de um olhar, o do poeta então ainda futuro cineasta. São acessíveis mesmo a quem não goste de poesia e aqui aconselho este livro.
  No início das minhas férias, que para não variar volto a antever breves e tormentosas, meti-me a reler devagar a poesia do "nómada meu amigo", com a qual vou permanecer calmamente enquanto puder descansar um pouco e mesmo depois. Não é a primeira vez que é editada a "Obra Poética" de Ruy Cinatti (1915-1986) mas esta excelente edição da Assírio & Alvim, neste Volume I da poesia publicada em livro em vida dele - com organização, revisão e anotações de Luís Manuel Gaspar com a colaboração de Joana Matos Frias, que também assina o Prefácio, e Peter Stilwell, equipa que aqui felicito pelo seu trabalho -, é especialmente valiosa e recomendável. Ler devagar é aqui indispensável para saborear a dureza, a pureza e a generosidade da palavra deste poeta maior do século XX português.

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