sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Vigarice

  Do sul-coreano Park Chan-wook, sobretudo conhecido pelo primitivo "Oldboy - Velho Amigo"/"Oldeuboi" (2003), estreou este ano entre nós "A Criada"/"Ah-ga-ssi" (2016), que não passa de um filme curioso sobre vigarices coreanas.
   O par de vigarista da primeira parte, o Conde Fujiwara/Jung-woo Ha e a aia Sook-Hee/Tae-ri Kim, afinal não era aquele, nem o que começa a ser desenhado na segunda parte, o "conde", japonês e falso, e a senhora, Lady Hideko/Min-hee Kim, mas a parelha feminina, como na segunda se começa a perceber e a terceira parte confirma.
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    Jogo de trapaças e enganos em fundo de velho erotismo lido em livros do tio Kouzuki/Jin woong-Jo, senhor de uma rica mansão e de uma rica biblioteca, "A Criada" de Park Chan-wook é um filme que se entende melhor pelo seu uso do erotismo feminino, que é onde ele quer chegar e o justifica em última instância.
     Com muitos recuos temporais para novos começos, com uma vigarice dentro de outra, vigarice assim ele próprio, este filme joga de forma espertalhona e descarada com o que mais chama espectadores na elaboração da sua intriga, de modo que não passa de um brincadeira inconsequente que se limita a criticar os homens, como eles aliás merecem - coitado do "conde", ainda para mais falso, às mãos daquelas duas.
     Por todo este filme perpassa uma ideia de inequívoco dejà-vu em que nem mesmo a malícia surpeende ou cativa. Velho cinema, velhas ideias, velho erotismo complacente que já nem subverte coisa nenhuma. Ou seja, uma vigarice sul-corena sob a fachada de cinema novo e original.

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